Gnothi Seauton

16 de outubro de 2020

Há muito tempo, Sócrates (469 a.C. – 399 a.C.), o filósofo grego, e logo o seu discípulo Platão, já defendiam a ideia de que a melhor maneira de uma pessoa se expor (inclusive ao ridículo) é tentar explicar os fatos e fatores externos sem antes conhecer a si mesmo.

Segundo historiadores, ele cunhou o termo “Gnothi Seauton”, que em português significa algo como “Conheça-te a ti mesmo”.

A forma com que ambos, e tantos outros estudiosos até hoje, entendiam que este conhecimento era desenvolvido e aprofundado era através de questionamentos – perguntas incômodas em sua maioria, às quais procuravam expor as inconsistências de um argumento ou justificativa de ações e que, ao mesmo tempo, ponderavam as consequências de atitudes baseadas nestas mesmas inconsistências.

Eles entendiam que a única realidade (afinal) é o criador dela mesma, ou seja, o ser humano em si e como ele co-cria e interpreta as coisas que acontecem externamente.

O Coaching segue esta linha de pensamento no que se refere a elaborar perguntas às quais, uma vez feitas com cuidado, empatia e respeito, embora em alguns momentos possam parecer incômodas, têm o único intuito de aprofundar a consciência e o conhecimento que o cliente tem de si mesmo, e, portanto, tomar decisões mais acertadas e alinhadas com aquelas coisas que são, de fato, importantes para eles, em um nível mais profundo, seus valores.

Não se trata, portanto, de apenas, ou simplesmente, conseguir aquela desejada promoção para que outros te considerem uma pessoa de sucesso. Se trata de SER uma pessoa de sucesso. Pessoas bem-sucedidas são pessoas realizadas internamente e independente de fatores externos. Significa expressar-se e viver de acordo com quem você é, não como os outros gostariam que você fosse.

Todo mundo tem todo o direito de almejar casa ou carro novos, e isso é positivo, desde que não seja o único objetivo (a ser conquistado a qualquer preço, pois este preço pode ser alto demais), mas como uma consequência positiva da conquista de algo que vai muito mais além do que se vê externamente.

O processo de Coaching é, portanto, muito mais profundo do que inicialmente pode parecer. Sendo complexo, um leigo poderia julgar que o Coach é um profissional pago por ser curioso, ao vê-lo fazendo perguntas aparentemente simples. Isso é um grande erro.

Parafraseando Bertrand Russell, um proeminente filósofo inglês em sua época, “um relatório ou resumo feito por um tolo, a respeito do que um especialista fez ou disse, nunca será preciso, porque inconscientemente traduzirá algo que ele (o tolo) não consegue entender”.

Portanto, tentar simplificar o processo de Coaching com o intuito de torná-lo apenas um negócio lucrativo e de larga escala não somente é um equívoco como também um enorme desrespeito, não apenas pelo ofício em si, mas pelos profissionais que, como eu, trabalham e se empenham há décadas para ajudar pessoas em seu desenvolvimento pessoal e profissional.

Diferentemente do que alguns pseudo profissionais dizem, o Coaching não começou na década de 90. O processo já é utilizado por grandes corporações desde os anos 70, e continua em franca ascensão.

Eu, pessoalmente, trabalho com multinacionais e executivos do mundo todo, e, portanto, me sinto muito à vontade em afirmar que o Coaching está aqui para ficar.

É fato que, assim como qualquer área ou profissão, sempre existem os “oportunistas”, e também é importante confiar no processo constantemente em andamento, de seleção natural.

Cada vez mais se escutam comentários de profissionais de Recursos Humanos e outras áreas que mencionam estarem atentos à qualidade do conteúdo e serviço oferecidos hoje em dia, preocupados em conhecer a empresa que está certificando o Coach e/ou oferecendo o processo de Coaching. Quem ganha com isso são as instituições sérias e com credibilidade no mercado, que trabalham há anos para valorizar este serviço, sempre entregando um produto de alta competência.

Coaching é coisa séria.

Para que o trabalho de Coaching seja bem feito, o profissional deve fazer o que já foi mencionado: se trabalhar e se conhecer, além de estudar e praticar muito. Em outras palavras, precisa colocar a própria máscara de oxigênio antes de estar preparado para ajudar os outros.

O bom profissional deve estar muito bem preparado e saber fazer aquilo que oferece, que, em última instância, é ajudar outros seres humanos a SEREM.

Não há nada de exotérico no que estou dizendo, considerando que a filosofia explorou estes fatores, desde os seus primórdios, e a neurociência, mais recentemente, (e já provou cientificamente) o poder das ondas cerebrais e da maneira que pensamos na criação da realidade externa. Obviamente, quando nos referimos especificamente ao coaching tudo isso tem que estar ligado às ações.

Profissionais sérios não subestimam o Coaching, eles o vivem e contribuem para o seu desenvolvimento saudável. Não pretendem que o Coaching seja mais, nem menos, do que é.

Coaching merece o espaço que conquistou e conquista a cada dia, por meio de profissionais sérios e que sabem a que vieram. Hoje em dia, o mercado está muito mais esclarecido e exigente. E os profissionais de Recursos Humanos experientes conhecem e reconhecem, não somente o poder do Coaching, como também possuem mais clareza para identificar os verdadeiros, e bons, profissionais.

Assim como muitas outras áreas e metodologias, o Coaching possui o seu próprio mérito, respeitando e sem precisar ou procurar tomar o espaço de outras áreas, inclusive, é importante dizer, a área da saúde (seja ela física ou mental).

Continuando a considerar pensadores de culturas e regiões demográficas diferentes, podemos também passar pela China com Confúcio, e sua famosa frase “faça o que ama e nunca trabalhará um dia em sua vida”, ou mais profundamente “a nossa maior glória não está em nunca falhar, mas em se levantar todas as vezes (que isso ocorrer)”.

Chegando agora nas Américas, e para finalizar, volto a parafrasear alguém mais contemporâneo, o americano Eric Schmidt, ex-CEO do Google (de 2001 a 2011) e Chairman da mesma empresa até 2017: “Eu, inicialmente, me ressenti com relação a um conselho que recebi, porquê afinal de contas eu era CEO. Eu tinha muita experiência. Por que eu precisaria de um Coach? Estou fazendo algo errado? Meu argumento foi: como um Coach poderia me aconselhar a como ser a melhor pessoa do mundo nisso? Mas isso não é o que o Coach faz. O Coach não tem que jogar o jogo assim como você. Eles têm que assisti-lo e levá-lo a ser o seu melhor. No contexto do negócio, um Coach não é repetitivo, ele é alguém que olha para algo com outro conjunto de olhos, e discute como abordar o problema. No final, este se tornou o melhor conselho que eu já recebi. Todo mundo precisa de um Coach.”

Para saber mais sobre Andrea Lages: https://internationalcoachingcommunity.com/br-br/andrea-lages/

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